Mestre em filosofia e colunista do Portal VIU!, o escritor João Vicente Alvarenga relata em seu mais novo livro os bastidores da reconstrução do Teatro Municipal Trianon, na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), Norte Fluminense.
Intitulado “O Ó do Borogodó – O Trianon em cenas obscenas” (Ed. Dialética, 165 pág.), o livro destaca a importância do empreendimento privado, erguido pelo empresário do ramo cultural Francisco de Paula Carneiro, o Capitão Carneirinho, em 1921, nos tempos em que a cidade vivia uma efervescência cultural.
O antigo Trianon, que este ano comemoraria o centenário, reunia cinema e teatro no imponente prédio localizado no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, na área central do município. Foi palco de grandes apresentações, como da pequena notável, Carmem Miranda.
O patrimônio cultural foi demolido em 1975, sob a inércia da sociedade e políticos locais, para abrigar uma agência do Bradesco. A demolição deixou um vazio para a classe artística, drama que seria atenuado com a construção de um novo Teatro, em outra área desapropriada pela Prefeitura.

O novo Trianon, segundo o escritor, despertaria uma guerra pelo comando da cultura no seio do garotismo, sob o comando de Anthony Garotinho, que administrava a cidade no final da década de 80 e ao longo dos anos 90.
A disputa ganha um novo capítulo durante a gestão de Arnaldo Vianna., na época afilhado político de Garotinho. Vianna inaugurou o novo Trianon em 1998. O autor estava lá, como testemunha ocular, porque presidia a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. Pediria exoneração do cargo em função das disputas internas.
“O Ó do Borogodó” também dá um passeio pelas mudanças políticas que impactariam na política cultural do maior município do Norte Fluminense. João Vicente Alvarenga conhece a história do teatro local como poucos. Atuou em várias obras como ator, é autor de livros que resgatam a história do teatro em Campos e assina uma coluna periódica no Portal VIU!.